terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Os Mortos se Comunicam por Computador


Teresa Tavares (jornalista no Rio de Janeiro) - Revista Visão Espírita

Se o computador está promovendo uma comunicação mais intensa entre as pessoas , ele também vem sendo responsável por um contato que até hoje muitos não acreditavam ser possível, o dos vivos com os mortos. Pesquisadores de várias partes do mundo, especialmente na Europa, estão utilizando os modernos microcomputadores para comprovar que o ser humano sobrevive ao fim do corpo físico. Nas telas dos monitores de PC (sigla para a expressão inglesa Personal Computer, ou computador pessoal, em português), impressos em scanners ou impressoras comuns, surgem mensagens de pessoas que não pertencem mais a este mundo, fornecendo dados que puderam ser posteriormente comprovados, e que não eram conhecidos por ninguém, a não ser pelo próprio morto. Esse tipo de comunicação também vem ocorrendo através de outros aparelhos, como a televisão, o rádio, o telefone e gravadores, que reproduzem mensagens dos mortos junto com a voz e/ou imagem do comunicante do além.
Todos esses fatos foram e estão sendo estudados por especialistas em eletricidade e eletrônica, físicos e até por religiosos, que atestam a veracidade das mensagens , como é o caso do padre francês François Brune, que escreveu os livros Os Mortos Nos Falam e Linha Direta do Além. No total, já foram publicados na Europa cerca de 90 títulos sobre transcomunicação instrumental (TCI) - nome com o qual o fenômeno das mensagens enviadas do além por aparelhos é chamado. No Brasil, existem 11 livros sobre o assunto, sendo a maioria traduzida. Um dos poucos títulos escritos por autor nacional pertence ao professor Clóvis Souza Nunes, projetista técnico, membro da Sociedade Suíça de Parapsicologia e representante no Brasil do Centro de Estudos de Transcomunicação e já fez palestras em várias partes do mundo, principalmente na Alemanha, Inglaterra, França e Índia. Segundo explicou em conferência na União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (USEERJ), o fenômeno da TCI teve sua autenticidade questionada a princípio, "mas as provas demonstraram que era uma ocorrência verídica".
Há fraudes em todos os meios, mas devido ao controle científico adotado nos experimentos, às técnicas utilizadas, ao conteúdo obtido e à honestidade dos pesquisadores, afastou-se a possibilidade de erro - diz Clóvis. O pesquisador lembra ainda que chegou a ser cogitado que as gravações atribuídas aos mortos poderiam ser resultado de interferências. Para afastar essa suposição, ele conta que os pioneiros nesse tipo de pesquisa chegaram a colocar seus equipamentos em tanques de glicerina, que impedem as ondas eletromagnéticas de alcançar as fitas. Assim mesmo o fenômeno se repetiu.
Diante da impossibilidade de se negar a TCI, foram elaboradas teorias que pudessem explicar o que estava acontecendo. O professor Clóvis Nunes afirma existirem quatro hipóteses principais que interpretariam o fato. A primeira delas é a tecnológica, considerando-se que os campos magnéticos dos modernos aparelhos eletrônicos permitem o registro de informações do além, o que as máquinas do passado não conseguem captar. A segunda hipótese admite a possibilidade de que os espíritos possam atuar mentalmente nos equipamentos, sem a necessidade de uma tecnologia de transmissão. Nunes observa que se um paranormal consegue imprimir imagens num filme velado, como ele disse já ter ocorrido, "um espírito também poderia fazer o mesmo". A terceira hipótese se vale do pressuposto de que os espíritos podem utilizar energia humana, "retirando algum potencial elétrico do cérebro do operador dos equipamentos para realizar a TCI". A última hipótese considera que os espíritos usam energia mediúnica para o contato. Para que os mortos chegassem a mandar mensagens através do computador, muitos pesquisadores se dedicaram a estudar o fenômeno e a criar, inclusive, aparelhos que pudessem facilitar o contato.A primeira comunicação ocorreu de maneira descompromissada: numa gravação que fazia, por hobby, do canto de pássaros, Frederic Jüngerson, ao rebobinar a fita, deparou-se com uma voz que posteriormente identificou como sendo de uma pessoa falecida. Ele deu início às primeiras transcomunicações através dos gravadores.

Frederic Jüngerson - Poliglota e escritor, trabalhava filmando achados arqueológicos e inclusive registrou o encontro de relíquias durante as escavações da Basílica de São Pedro. Mas seu hobby especial era gravar o canto dos pássaros. Um dia, ao repassar o que havia gravado,escutou uma voz humana. No início, cogitou tratar-se de uma transmissão pirata ou de interferência feita por alguém com a intenção de se divertir. Só se convenceu de que eram mensagens de pessoas mortas quando obteve uma gravação em que cada uma das oito palavras enviadas era de um idioma diferente. Ao traduzi-las, identificou uma frase perfeita e com o sentido concatenado. Com base nessas gravações, Jüngerson escreveu o livro Vozes do Universo, traduzido para o português com o título de Telefone para o Além, hoje com edição esgotada. No total, ele gravou quase 30 mil vozes.

Konstantin Raudive - Cientista letão residente na Alemanha, professor universitário e tradutor das obras de Cervantes para o alemão. Estudioso das experiências de Jüngerson, repetiu-as com êxito. Gravou, inclusive, a voz de sua falecida mãe, que o chamava pelo apelido particular de "Const". Dedicou nove anos ininterruptos de sua vida pesquisando o tema. Todas as tardes e noites não fazia outra coisa que não fosse se debruçar sobre os estudos da transcomunicação. Deixou registradas 72 mil vozes e publicou três livros, traduzidos para vários idiomas. Deu uma contribuição muito importante às pesquisas de TCI. Ele e Jüngerson levaram a comunidade científica da Europa a se interessar pelo assunto.

George Nick - Engenheiro, inventor e professor universitário, acumulou uma certa fortuna com seus registros de patente na área de eletricidade. Pesquisador muito respeitado nos Estados Unidos, parapsicólogo interessado nos fenômenos paranormais, começou a investigar as ocorrências de transcomunicação no mundo todo. Junto a um grupo de cientistas nos EUA, investiu US$500 mil do próprio bolso para montar um equipamento - que batizou com o nome de spiricom -, uma espécie de gerador de tons, para falar com os espíritos em dois sentidos. Entre as várias comunicações que conseguiu, uma das mais interessantes foi a de um amigo engenheiro da NASA, George Smith, que tinha falecido 14 anos antes, ou seja, em 1968. Nick gravou 120 horas de diálogo com Smith, nos quais este forneceu, como prova de autenticidade da gravação, o número de seu seguro de vida, que não era do conhecimento nem da viúva e que permitiu a ela receber a apólice. Além disso, deu informações de como aperfeiçoar o aparelho de contato entre os dois mundos. Hoje, o spiricom já está superado, apesar de ter permitido, na época, um resultado extraordinário. Esse aparelho produz muitos ruídos de fundo, na faixa de 27 a 29 megahertz, que é a dos radioamadores. O espírito modula os tons emitidos pelo aparelho e constrói a voz a partir disso. As pesquisas do Dr. Nick deram nova ênfase à TCI porque tornaram mais plausível a comunicação dos espíritos por aparelhos eletrônicos.

Hans Otto Krurik - Transcomunicador alemão que desenvolveu um aparelho chamado "gerador de vozes", alcançando melhores resultados que o spricom. Através desse equipamento, a voz dos mortos aparece diretamente na caixa de som, o que possibilita o reconhecimento do espírito graças à clareza do som produzido. Krurik transformou sua casa num laboratório especial, o que lhe permitiu receber transcomunicações também por telefone, fax e computador.

Kraus Schreiber - Fez a maior descoberta do século no campo da TCI, ao receber as primeiras imagens de espíritos na TV e foi a partir daí que ocorreu um salto espetacular nessa área. Começou suas experiências em casa, depois de ter perdido toda a família num acidente automobilístico - o pai, a mãe, a esposa e os dois filho. Num encontro com amigos em sua própria casa, comentou-se sobre um programa exibido na televisão sobre transcomunicação. Sem acreditar nesse tipo de assunto, um dos presentes resolveu, de brincadeira, tentar um contato com Philipe, um amigo que havia morrido dos anos antes. Colocou uma fita para gravar e fez um apelo para que o morto se comunicasse. O espanto de todos foi imenso quando, ao rebobinar a fita, ouviram a voz de Philipe, dizendo que estava com eles. Klaus Schreiber conta que a casa ficou vazia em cinco minutos, mas ele permaneceu acordado até de manhã, ouvindo a gravação e refletindo sobre a possibilidade de também fazer contato com seus familiares mortos. Daquele dia em diante, a residência dele se transformou num grande laboratório de transcomunicação. Ele conseguiu gravar as vozes dos filhos e captou a imagem da filha na TV, dois anos depois.

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